Ética

A ética filosófica, ou filosofia moral, divide-se em duas áreas principais: a metaética e a ética normativa. Na ética normativa, discutem-se questões substantivas sobre aquilo que é bom ou valioso (o que corresponde à teoria do valor), bem como sobre aquilo que se deve fazer (o que, por sua vez, corresponde à teoria da obrigação). A metaética investiga a natureza desse tipo de discussão, ocupando-se de problemas metafísicos, epistemológicos e semânticos suscitados pela ética. Se duas pessoas discordam a respeito do problema de saber se mentir é sempre errado, têm um desacordo enquadrável na ética normativa. Mas terão um desacordo metaético se divergirem quanto à existência de uma resposta objectiva para esse problema, quanto à possibilidade de o resolver por meios empíricos ou quanto ao tipo de estado mental que alguém exprime ao dizer «Mentir é sempre errado».

A cadeira de Ética começa com a ética normativa, mais precisamente com a teoria do valor. Os primeiros tópicos respeitam a questões sobre o que é intrinsecamente bom ou mau para um indivíduo. Pretende-se determinar o que faz a vida de alguém ser boa para si mesmo e o que faz a morte de alguém ser má para si mesmo. Transitando-se para uma perspectiva mais abrangente, populacional, procura-se depois determinar o que faz uma situação social ser melhor ou pior do que outra. Pergunta-se, por exemplo, se a igualdade de bem-estar tem valor intrínseco.

De seguida, já no âmbito da teoria da obrigação, começa-se por discutir o utilitarismo clássico, que faz da promoção imparcial do bem-estar o padrão último do dever. A discussão prossegue com teorias muito diversas, todas elas deontológicas, o que significa que enfatizam o respeito por direitos morais. Kant é o filósofo que aqui mais se destaca. O percurso pelas teorias da obrigação mais influentes termina com a ética das virtudes, que dá primazia ao carácter dos agentes morais.

Dois temas servem de transição da ética normativa para a metaética. Um deles é o da existência de princípio morais correctos e da sua importância prática. O outro respeita à possibilidade de dilemas morais genuínos, isto é, de situações em que o agente, faça o que fizer, agirá mal.

Segue-se uma abordagem introdutória à metaética, centrada na questão da objectividade da moralidade. Em que sentido será a ética objectiva, se for de alguma forma objectiva? Exploram-se as respostas principais a esta questão.

O programa termina com uma questão enquadrável na metaética, que é a de saber em que condições haverá responsabilidade moral.

  • PEDRO GALVÃO

    Professor Auxiliar

  • CURSO

    Licenciatura (1.º ciclo)

  • ÁREA

    Filosofia

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